CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR
Hoje e amanhã, segundo antiquíssima tradição, a Igreja não celebra os sacramentos.
O altar esteja totalmente despojado: sem cruz, castiçais ou toalha.
Na tarde da sexta-feira, pelas três horas, a não ser que por razões pastorais aconselhem horas mais tardias, procede-se à celebração da Paixão do Senhor, que consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da cruz e comunhão eucarística.
RITOS INICIAIS
O sacerdote e o diácono, de paramentos vermelhos como para a Missa, aproximam-se do altar, fazem-lhe reverência e prostram-se ou ajoelham-se. Todos rezam em silêncio por alguns instantes.
O sacerdote, com os ministros, dirige-se para a
sua cadeira, voltado para o povo e de mãos unidas, diz uma das seguintes
orações.
ORAÇÃO
(não se diz Oremos).
Pres: Ó Deus, pela
paixão de nosso Senhor Jesus Cristo destruístes a morte que o primeiro pecado
transmitiu a todo o gênero humano. Concedei que nos tornemos semelhantes ao
vosso Filho e, assim como trouxemos pela natureza a imagem do homem terrestre,
possamos manter pela graça a imagem do homem celeste. Por Cristo, nosso Senhor.
Ass: Amém.
LITURGIA DA PALAVRA
Primeira Leitura — Is 52, 13-53, 12
Leitura do Livro do Profeta Isaías.
Ei-lo, o meu Servo será bem-sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau. Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo - tão desfigurado ele estava que não parecia ser um homem ou ter aspecto humano -, do mesmo modo ele espalhará sua fama entre os povos. Diante dele os reis se manterão em silêncio, vendo algo que nunca lhes foi narrado e conhecendo coisas que jamais ouviram. Quem de nós deu crédito ao que ouvimos? E a quem foi dado reconhecer a força do Senhor?
Diante do Senhor ele cresceu como renovo de planta ou como raiz em terra seca. Não tinha beleza nem atrativo para o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse. Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era, não fazíamos caso dele. A verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores; e nós pensávamos fosse um chagado, golpeado por Deus e humilhado!
Mas ele foi ferido por causa de nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes; a punição a ele imposta era o preço da nossa paz, e suas feridas, o preço da nossa cura. Todos nós vagávamos como ovelhas desgarradas, cada qual seguindo seu caminho; e o Senhor fez recair sobre ele o pecado de todos nós. Foi maltratado, e submeteu-se, não abriu a boca; como cordeiro levado ao matadouro ou como ovelha diante dos que a tosquiam, ele não abriu a boca.
Foi atormentado pela angústia e foi condenado. Quem se preocuparia com sua história de origem? Ele foi eliminado do mundo dos vivos; e por causa do pecado do meu povo, foi golpeado até morrer. Deram-lhe sepultura entre ímpios, um túmulo entre os ricos, porque ele não praticou o mal, nem se encontrou falsidade em suas palavras. O Senhor quis macerá-lo com sofrimentos. Oferecendo sua vida em expiação, ele terá descendência duradoura, e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor.
Por esta vida
de sofrimento, alcançará luz e uma ciência perfeita. Meu Servo, o Justo,
fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas. Por isso,
compartilharei com ele multidões e ele repartirá suas riquezas com os valentes
seguidores, pois entregou o corpo à morte, sendo contado como um malfeitor;
ele, na verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos
pecadores.
Leitor: Palavra do Senhor!
Todos aclamam:
Ass: Graças a Deus.
Após as leituras,
é aconselhável um momento de silêncio para meditação.
O salmista ou o
cantor canta ou recita o salmo, e o povo, o refrão:
Salmo Responsorial — Sl 30
℟.—Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu Espírito.
—Senhor, eu ponho em vós minha esperança; que eu não fique envergonhado eternamente! Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu Espírito, porque vós me salvareis, ó Deus fiel! ℟.
—Tornei-me o opróbrio do inimigo, o desprezo e zombaria dos vizinhos, e objeto de pavor para os amigos; fogem de mim os que me veem pela rua. Os corações me esqueceram como um morto, e tornei-me como um vaso espedaçado. ℟.
—A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, e afirmo que só vós sois o meu Deus! Eu entrego em vossas mãos o meu destino; libertai-me do inimigo e do opressor! ℟.
—Mostrai serena a Vossa face ao vosso servo, e salvai-me
pela vossa compaixão! Fortalecei os corações, tende coragem, todos vós que ao
senhor vos confiais. ℟.
(https://www.youtube.com/watch?v=lJcA60n4RAE)
Se houver uma segunda leitura, o leitor a proclama do ambão, como descrito acima.
Segunda Leitura — Hb 4, 14-16; 5, 7-9
Leitura da Carta aos Hebreus.
Irmãos: Temos um sumo sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. Com efeito, temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno.
Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus, por aquilo que ele sofreu. Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem.
Leitor: Palavra do Senhor!
Todos aclamam:
Ass: Graças a Deus.
Segue-se o Aleluia ou outro canto estabelecido pelas rubricas, conforme o tempo
litúrgico exige:
O diácono ou, na falta dele, o sacerdote, le a
história da Paixão, sem velas, incenso, saudação ou sinal da cruz sobre o
texto. Pode também ser lida por leigos, reservando-se a parto do Cristo para o
sacerdote, se for possível.
Os diáconos, ou ministros
ordenados, mas não outros leitores, pedem a benção ao sacerdote, como
habitualmente antes do Evangelho.
Segue-se o canto:
℟.—Salve, ó Cristo
obediente!
Salve, amor onipotente,
que te entregou à cruz
e te recebeu na luz!
1.—O Cristo obedeceu até a morte,
humilhou-se e obedeceu o bom Jesus,
humilhou-se e obedeceu, sereno e forte,
humilhou-se e obedeceu até a cruz. ℟.
2.—Por isso o Pai do céu o exaltou,
exaltou-o e lhe deu um grande nome,
exaltou-o e lhe deu poder e glória,
diante deles céus e terra se ajoelhem! ℟.
(https://www.youtube.com/watch?v=Ol0k3CGt0hg)
Em seguida, faz-se a leitura da história da Paixão do Senhor segundo João (Jo 18, 1- 19,42) como no domingo de Ramos.
As partes indicadas para o presidente podem ser
feitas por um diácono ou outro sacerdote.
Narrador: Paixão de
nosso Senhor Jesus Cristo, segundo João.
Naquele
tempo, Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cedron.
Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos. Também Judas, o traidor,
conhecia o lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com os seus discípulos.
Judas levou consigo um destacamento de soldados e alguns guardas dos sumos
sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e armas. Então Jesus,
consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e disse:
Pres: “A quem
procurais?”
Narrador: Responderam:
Ass: “A Jesus, o
Nazareno”.
Narrador: Ele disse:
Pres: “Sou
eu”.
Narrador: Judas, o
traidor, estava junto com eles. Quando Jesus disse: “Sou eu”, eles recuaram e
caíram por terra. De novo lhes perguntou:
Pres: “A quem
procurais?”
Narrador: Eles
responderam:
Ass: “A Jesus, o
Nazareno”.
Narrador: Jesus
respondeu:
Pres: “Já vos
disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes se retirem”.
Narrador: Assim se
realizava a palavra que Jesus tinha dito:
Pres: “Não
perdi nenhum daqueles que me confiaste”.
Narrador: Simão Pedro,
que trazia uma espada consigo, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. Então Jesus disse a
Pedro:
Pres: “Guarda a tua
espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?”
Narrador: Então, os
soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram.
Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote
naquele ano. Foi Caifás que deu aos judeus o conselho:
Leitor: “É preferível
que um só morra pelo povo”.
Narrador: Simão Pedro e
um outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do Sumo
Sacerdote e entrou com Jesus no pátio do Sumo Sacerdote. Pedro ficou fora,
perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido do Sumo Sacerdote,
saiu, conversou com a encarregada da porta e levou Pedro para dentro. A criada
que guardava a porta disse a Pedro:
Leitor: “Não
pertences também tu aos discípulos desse homem?”
Narrador: Ele
respondeu:
Leitor: “Não”.
Narrador: Os empregados
e os guardas fizeram uma fogueira e estavam se aquecendo, pois fazia frio.
Pedro ficou com eles, aquecendo-se. Entretanto, o Sumo Sacerdote interrogou
Jesus a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento. Jesus lhe respondeu:
Pres: “Eu falei às
claras ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no Templo, onde todos os judeus
se reúnem. Nada falei às escondidas. Por que me interrogas? Pergunta aos que
ouviram o que falei; eles sabem o que eu disse”.
Narrador: Quando Jesus
falou isso, um dos guardas que ali estava deu-lhe uma bofetada, dizendo:
Leitor: “É assim que
respondes ao Sumo Sacerdote?”
Narrador: Respondeu-lhe
Jesus:
Pres: “Se respondi
mal, mostra em quê; mas, se falei bem, por que me bates?”
Narrador: Então, Anás
enviou Jesus amarrado para Caifás, o Sumo Sacerdote. Simão Pedro continuava lá,
em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe:
Leitor: “Não és tu,
também, um dos discípulos dele?”
Narrador: Pedro negou:
Leitor: “Não!”
Narrador: Então um dos
empregados do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a
orelha, disse:
Leitor: “Será que não
te vi no jardim com ele?”
Narrador: Novamente
Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou. De Caifás, levaram Jesus ao
palácio do governador. Era de manhã cedo. Eles mesmos não entraram no palácio,
para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa. Então Pilatos saiu ao
encontro deles e disse:
Leitor: “Que acusação
apresentais contra este homem?”
Narrador: Eles
responderam:
Ass: “Se não
fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!”
Narrador: Pilatos
disse:
Leitor: “Tomai-o vós
mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei”.
Narrador: Os judeus lhe
responderam:
Ass: “Nós
não podemos condenar ninguém à morte”.
Narrador: Assim se
realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer.
Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe:
Leitor: “Tu és o rei
dos judeus?”
Narrador: Jesus
respondeu:
Pres: “Estás
dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?”
Narrador: Pilatos
falou:
Leitor: “Por acaso,
sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?”.
Narrador: Jesus
respondeu:
Pres: “O meu reino
não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas teriam
lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”.
Narrador: Pilatos disse
a Jesus:
Leitor: “Então, tu és
rei?”
Narrador: Jesus
respondeu:
Pres: “Tu o dizes:
eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”.
Narrador: Pilatos disse
a Jesus:
Leitor: “O que é a
verdade?”
Narrador: Ao dizer
isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus, e disse-lhes:
Leitor: “Eu não
encontro nenhuma culpa nele. Mas existe entre vós um costume, que pela Páscoa
eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos Judeus?”
Narrador: Então,
começaram a gritar de novo:
Ass: “Este não,
mas Barrabás!”
Narrador: Barrabás era
um bandido. Então Pilatos mandou flagelar Jesus. Os soldados teceram uma coroa
de espinhos e colocaram-na na cabeça de Jesus. Vestiram-no com um manto
vermelho, aproximavam-se dele e diziam:
Ass: “Viva o
rei dos judeus!”
Narrador: E davam-lhe
bofetadas. Pilatos saiu de novo e disse aos judeus:
Leitor: “Olhai, eu o
trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não encontro nele crime
algum”.
Narrador: Então Jesus
veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos
disse-lhes:
Leitor: “Eis o
homem!”
Narrador: Quando viram
Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar:
Ass: “Crucifica-o!
Crucifica-o!”
Narrador: Pilatos
respondeu:
Leitor: “Levai-o vós
mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum”.
Narrador: Os judeus
responderam:
Ass: “Nós temos
uma Lei, e, segundo esta Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus”.
Narrador: Ao ouvir
estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. Entrou outra vez no palácio
e perguntou a Jesus:
Leitor: “De onde és
tu?”
Narrador: Jesus ficou
calado. Então Pilatos disse:
Leitor: “Não me
respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te
crucificar?”
Narrador: Jesus
respondeu:
Pres: “Tu não
terias autoridade alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do alto. Quem me
entregou a ti, portanto, tem culpa maior”.
Narrador: Por causa
disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam:
Ass: “Se soltas
este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se
contra César”.
Narrador: Ouvindo essas
palavras, Pilatos levou Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar
chamado “Pavimento”, em hebraico Gábata”. Era o dia da preparação da Páscoa,
por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus:
Leitor: “Eis o vosso
rei!”
Narrador: Eles, porém,
gritavam:
Ass: “Fora! Fora!
Crucifica-o!”
Narrador: Pilatos
disse:
Leitor: “Hei de
crucificar o vosso rei?”
Narrador: Os sumos
sacerdotes responderam:
Ass: “Não temos
outro rei senão César”.
Narrador: Então Pilatos
entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram. Jesus tomou a cruz sobre
si e saiu para o lugar chamado Calvário”, em hebraico “Gólgota”. Ali o crucificaram,
com outros dois: um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos mandou ainda
escrever um letreiro e colocá-lo na cruz; nele estava escrito:
Ass: “Jesus
Nazareno, o Rei dos Judeus”.
Narrador: Muitos judeus
puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava
perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego. Então os
sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos:
Leitor: “Não
escrevas ‘O Rei dos Judeus’, mas sim o que ele disse: ‘Eu sou o Rei dos
judeus’”.
Narrador: Pilatos
respondeu:
Leitor: “O que
escrevi, está escrito”.
Narrador: Depois que
crucificaram Jesus, os soldados repartiram a sua roupa em quatro partes, uma
parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida sem costura, em peça
única de alto abaixo. Disseram então entre si:
Leitor: “Não vamos
dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será”.
Narrador: Assim se
cumpria a Escritura que diz:
Ass: “Repartiram
entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha túnica”.
Narrador: Assim
procederam os soldados. Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã
da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao
lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe:
Pres: “Mulher, este é o teu filho”.
Narrador: Depois disse
ao discípulo:
Pres: “Esta é a tua
mãe”.
Narrador: Daquela hora
em diante, o discípulo a acolheu consigo. Depois disso, Jesus, sabendo que tudo
estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse:
Pres: “Tenho sede”.
Narrador: Havia ali uma
jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e
levaram-na à boca de Jesus. Ele tomou o vinagre e disse:
Pres: “Tudo
está consumado”.
Narrador: E, inclinando
a cabeça, entregou o espírito.
Todos
se ajoelham e permanecem uns instantes em silêncio.
Narrador: Era o dia da
preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na
cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então
pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse
da cruz. Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que
foram crucificados com Jesus. Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava
morto, não lhe quebraram as pernas; mas um soldado abriu-lhe o lado com uma
lança, e logo saiu sangue e água.
Ass: Aquele que
viu, dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro;
Narrador: e ele sabe
que fala a verdade, para que vós também acrediteis. Isso aconteceu para que se
cumprisse a Escritura, que diz:
Ass: “Não
quebrarão nenhum dos seus ossos”.
Narrador: E outra
Escritura ainda diz:
Ass: “Olharão para
aquele que transpassaram”.
Narrador: Depois disso,
José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus — mas às escondidas, por medo dos
judeus —, pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então
José veio tirar o corpo de Jesus. Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes
tinha ido de noite encontrar-se com Jesus. Trouxe uns trinta quilos de perfume
feito de mirra e aloés. Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os
aromas, em faixas de linho, como os judeus costumam sepultar. No lugar
onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde
ainda ninguém tinha sido sepultado. Por causa da preparação da Páscoa, e como o
túmulo estava perto, foi ali que colocaram Jesus.
Palavra da Salvação
Ass: Glória a vós,
Senhor.
Após a leitura da Paixão, se for oportuno, faz-se breve homilia. Tendo-a terminado, o sacerdote poderá convidar os fiéis a se dedicarem por alguns instantes à oração.
ORAÇÃO UNIVERSAL
A liturgia da Palavra é encerrada com a oração universal, do seguinte modo: o diácono, de pé junto ao ambão, propõe a intenção especial; todos oram um momento em silêncio; em seguida o sacerdote, de pé junto à cadeira ou se for oportuno, do altar, de braços abertos, diz a oração. Durante todo o tempo das orações, os fiéis podem permanecer de joelhos ou de pé.
Entre as intenções e orações propostas, o sacerdote pode escolher as mais convenientes ao tempo e ao lugar, contando que sejam conservadas as séries habituais da oração dos fiéis.
I. Pela Santa Igreja
Diac: Oremos,
irmãos e irmãs caríssimos, pela santa Igreja de Deus: que o Senhor nosso Deus
lhe dê a paz e a unidade, que ele a proteja por toda a terra e nos conceda uma
vida calma e tranquila, para sua própria glória.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres: Deus eterno e
todo-poderoso, que em Cristo revelastes a vossa glória a todos os povos, velai
sobre a obra do vosso amor. Que a vossa Igreja, espalhada por todo o mundo,
permaneça inabalável na fé e proclame sempre o vosso nome. Por Cristo, nosso
Senhor.
Ass: Amém.
II. Pelo
Papa
Diac: Oremos
pelo nosso santo Padre, o Papa Francisco.
O Senhor
nosso Deus, que o escolheu para o Episcopado, o conserve são e salvo à frente
da sua Igreja, governando o povo de Deus.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres: Deus eterno e
todo-poderoso, que dispusestes todas as coisas com sabedoria, dignai-vos
escutar nossos pedidos: protegei com amor o Pontífice que escolhestes, para que
o povo cristão que governais por meio dele possa crescer em sua fé. Por Cristo,
nosso Senhor.
Ass: Amém.
III. Por
todas as ordens e categorias de fiéis
Diac: Oremos pelo nosso
Bispo Vicente, por todos os bispos, presbíteros e diáconos da Igreja e por todo
o povo fiel.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres: Deus eterno e
todo-poderoso, que santificais e governais pelo vosso Espírito todo o corpo da
Igreja, escutai as súplicas que vos dirigimos por todos os ministros do vosso
povo. Fazei que cada um, pelo dom da vossa graça, vos sirva com fidelidade. Por
Cristo, nosso Senhor.
Ass: Amém.
IV. Pelos
catecúmenos
Diac: Oremos pelos catecúmenos: que o Senhor nosso
Deus abra os seus corações e as portas da misericórdia, para que, tendo
recebido nas águas do batismo o perdão de todos os seus pecados, sejam
incorporados no Cristo Jesus.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres: Deus eterno e
todo-poderoso, que por novos nascimentos tornais fecunda a vossa Igreja,
aumentai a fé e o entendimento dos (nossos) catecúmenos, para que, renascidos
pelo batismo, sejam contados entre os vossos filhos adotivos. Por Cristo, nosso
Senhor.
Ass: Amém.
V. Pela
unidade dos cristãos
Diac: Oremos por
todos os nossos irmãos e irmãs que creem no Cristo, para que o Senhor nosso
Deus se digne reunir e conservar na unidade da sua Igreja todos os que vivem
segundo a verdade.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres: Deus eterno e
todo-poderoso, que reunis o que está disperso e conservais o que está unido,
velai sobre o rebanho do vosso Filho. Que a integridade da fé e os laços da
caridade unam os que foram consagrados por um só batismo. Por Cristo, nosso
Senhor.
Ass: Amém.
VI. Pelos
judeus
Diac: Oremos pelos
judeus, aos quais o Senhor nosso Deus falou em primeiro lugar, a fim de que
cresçam na fidelidade de sua aliança e no amor do seu nome.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres: Deus eterno e
todo-poderoso, que fizestes vossas promessas a Abraão e seus descendentes,
escutai as preces da vossa Igreja. Que o povo da primitiva aliança mereça
alcançar a plenitude da vossa redenção. Por Cristo, nosso Senhor.
Ass: Amém.
VII. Pelos
que não creem no Cristo
Diac: Oremos pelos
que não creem no Cristo, para que, iluminados pelo Espírito Santo, possam
também ingressar no caminho da salvação.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres: Deus eterno e
todo-poderoso, dai aos que não creem no Cristo e caminham sob o vosso olhar com
sinceridade de coração, chegar ao conhecimento da verdade. E fazei que sejamos
no mundo testemunhas mais fiéis da vossa caridade, amando-nos melhor uns aos
outros e participando com maior solicitude do mistério da vossa vida. Por
Cristo, nosso Senhor.
Ass: Amém.
VIII. Pelos
que não creem em Deus
Diac: Oremos pelos
que não reconhecem a Deus, para que, buscando lealmente o que é reto, possam
chegar ao Deus verdadeiro.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres: Deus eterno e
todo-poderoso, vós criastes todos os seres humanos e pusestes em seu coração o
desejo de procurar-vos para que, tendo-vos encontrado, só em vós achassem
repouso. Concedei que, entre as dificuldades deste mundo, discernindo os sinais
da vossa bondade e vendo o testemunho das boas obras daqueles que creem em vós,
tenham a alegria de proclamar que sois o único Deus verdadeiro e Pai de todos
os seres humanos. Por Cristo, nosso Senhor.
Ass: Amém.
IX. Pelos
poderes públicos
Diac: Oremos por todos os governantes: que o nosso
Deus e Senhor, segundo sua vontade, lhes dirija o espírito e o coração para que
todos possam gozar de verdadeira paz e liberdade.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres: Deus eterno e
todo-poderoso, que tendes na mão o coração dos seres humanos e o direito dos
povos, olhai com bondade aqueles que nos governam. Que por vossa graça se
consolidem por toda a terra a segurança e a paz, a prosperidade das nações e a
liberdade religiosa. Por Cristo, nosso Senhor.
Ass: Amém.
X. Por
todos os que sofrem provações
Diac: Oremos,
irmãos e irmãs, a Deus Pai todo-poderoso, para que livre o mundo de todo erro,
expulse as doenças e afugente a fome, abra as prisões e liberte os cativos,
vele pela segurança dos viajantes e transeuntes, repatrie os exilados, dê saúde
aos doentes e a salvação aos que agonizam.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Pres: Deus eterno e
todo-poderoso, sois a consolação dos aflitos e a força dos que labutam. Cheguem
até vós as preces dos que clamam em sua aflição, sejam quais forem os seus
sofrimentos, para que se alegrem em suas provações com o socorro da vossa
misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor.
Ass: Amém.
APRESENTAÇÃO DA SANTA CRUZ
Terminada a oração universal, faz-se a solene adoração da santa Cruz, escolhendo-se, das duas formas propostas, a mais conveniente segundo as razões pastorais.
A cruz velada é levada ao altar, acompanhada por
dois ministros com velas acesas. O sacerdote, de pé diante do altar, recebe a
cruz, descobre-lhe a parte superior e a eleva um pouco, começando a
antífona Eis
o lenho da cruz, sendo
ajudado, no canto, pelo diácono, ou mesmo, se convier, pelo coro. Todos
respondem: Vinde,
adoremos! Terminado
o canto, ajoelham-se e permanecem um momento adorando em silêncio, enquanto o
sacerdote continua de pé com a cruz erguida.
Em seguida, o sacerdote descobre o braço direito
da cruz, elevando-a de novo e começa a antífona Eis o lenho
da cruz, tudo
como acima.
Enfim, descobre toda a cruz e, levantando-a,
começa pela terceira vez a antífona Eis o lenho da cruz, prosseguindo como acima.
Acompanhado de dois ministros com velas acesar, o sacerdote leva a cruz à entrada do presbitério ou a outro lugar conveniente, onde a coloca ou entrega aos ministros, que a sustentam, depondo os castiçais à direita e à esquerda. Faz-se então a adoração da cruz como adiante, no n.18.
Pres: —Eis o lenho
da cruz,
do qual pendeu a salvação do mundo.
Ass: —Vinde,
adoremos!
Pres: —Eis o lenho
da cruz,
do qual pendeu a salvação do mundo.
Ass: —Vinde,
adoremos!
Pres: —Eis o lenho
da cruz,
do qual pendeu a salvação do mundo.
Ass: —Vinde,
adoremos!
ADORAÇÃO DA SANTA CRUZ
Para a adoração da cruz aproximam-se, como em procissão, o sacerdote, o clero e os fiéis, exprimindo sua reverência pela genuflexão simples ou outro sinal apropriado, conforme os costume da regiãoo, por exemplo, beijando a cruz.
Durante a adoração cantam-se a antífona Adoramos, Senhor, vosso madeiro, os Lamentos do Senhor, ou outros cantos apropriados, sentando-se todos aqueles que já fizeram a adoração.
Terminada a adoração, a cruz é levada para o altar, em seu lugar habitual. Os castiçais acesos são colocados perto do altar ou da cruz.
℟.—Salve, ó cruz libertadora! (2x)
1. —Em teu corpo
sem beleza, nem encanto,
tu assumes o pecado e todo o pranto.
Junto a ti está a dor da humanidade,
ó Senhor, de todos nós tem piedade. ℟.
2. —Estas mãos
com que ergueste os caídos,
que tiraram as amarras do oprimido,
amarradas nesta cruz pela maldade,
vão ao mundo devolver a liberdade. ℟.
3. —Os teus pés
que percorreram os caminhos,
que levaram boa nova aos pequeninos,
são pregados
pelo homem iludido,
mas teu Reino nunca mais será detido. ℟.
4. —Este povo
aqui reunido quer louvar-Te,
pois a vida devolveste em toda a parte.
os caminhos da esperança tu abriste,
desta cruz com todo o mundo ressurgiste. ℟.
(https://www.youtube.com/watch?v=y3Co40wGx8s)
RITO DE COMUNHÃO
Estende-se uma toalha sobre o altar e colocam-se nele o corporal e o livro. Pelo caminho mais curto, o diácono ou, na falta dele, o sacerdote traz o Santíssimo Sacramento do local da reposição, pelo trajeto mais curto e coloca-o sobre o altar, estando todos de pé e em silêncio. Dois ministros com velas acesas acompanham o Santíssimo Sacramento e colocam os castiçais perto do altar ou sobre ele.
Tendo o diácono colocado o Santíssimo Sacramento
sobre o altar e descoberto o cibório, o sacerdote aproxima-se e, feita a
genuflexão, sobe ao altar. Com vos clara, diz, de mãos unidas:
Pres: Rezemos, com
amor e confiança, a oração que o Senhor nos ensinou:
O sacerdote abre os braços e prossegue com o povo:
Ass: Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
O sacerdote prossegue sozinho, de braços
abertos:
Pres: Livrai-nos de
todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa
misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos,
enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda de Cristo salvador.
O sacerdote une as mãos. O povo conclui a oração
aclamando:
Ass: Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre!
O sacerdote faz genuflexão, toma a hóstia,
elevando-a sobre o cibório, diz em voz alta, voltado para o povo:
Felizes os
convidados para a Ceia do Senhor! Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo.
E acrescenta, com o povo, uma só vez:
Ass: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo.
25. O sacerdote comunga e dá comunhão aos fiéis. Durante a comunhão pode-se entoar um canto apropriado:
℟.—Prova de amor
maior não há
que doar a
vida pelo irmão!
Prova de amor
maior não há
que doar a
vida pelo irmão!
1.—Eis que eu
vos dou
um novo
mandamento:
amai-vos uns
aos outros
como Eu vos
tenho amado ℟.
2.—Vós sereis os
meus amigos
se seguirdes
meu preceito:
amai-vos uns
aos outros
como Eu vos
tenho amado ℟.
3.—Permanecei em
meu amor
e segui meu
mandamento:
amai-vos uns
aos outros
como Eu vos
tenho amado ℟.
4.—E chegando a
minha Páscoa,
vos amei até
o fim:
amai-vos uns
aos outros
como Eu vos
tenho amado ℟.
(https://www.youtube.com/watch?v=YktF4PMim2w)
Terminada a distribuição da comunhão, o diácono ou um ministro idôneo leva a píxide para o lugar previamente preparado fora da igreja ou,se as circunstâncias o exigirem, coloca-a no sacrário.
Então o sacerdote diz Oremos e, depois de um conveniente espaço de silêncio
sagrado, diz a oração depois da Comunhão:
Pres: Oremos.
Ó Deus eterno
e todo-poderoso, que nos renovastes pela santa morte e ressurreição do vosso
Cristo, conservai em nós a obra de vossa misericórdia, para que, pela
participação neste mistério, vos consagremos sempre a nossa vida. Por Cristo,
nosso Senhor.
Ass: Amém.
ORAÇÃO SOBRE O POVO
À despedida, o sacerdote estende as mãos sobre o
povo e diz:
Pres: Que a vossa
bênção, ó Deus, desça copiosa sobre o vosso povo, que acaba de celebrar a morte
do vosso Filho, na esperança da sua ressurreição. Venha o vosso perdão, seja
dado o vosso consolo; cresça a fé verdadeira e a redenção se confirme. Por
Cristo, nosso Senhor.
Ass: Amém.
Todos se retiram em silêncio. O altar é
oportunamente desnudado.
Os
que participaram da solene ação litúrgica vespertina não rezam as vésperas.
SÁBADO SANTO
No sábado santo a Igreja permanece junto ao
sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e Morte, e abstendo-se (desnudado o
altar) do sacrifício da Missa até que, após a solene Vigília em que espera a
Ressurreição, se entregue às alegrias da Páscoa, que transbordarão por
cinquenta dias.
Neste dia, a Sagrada Comunhão só pode ser dada
como viático.